Após reunião com Condesus, UFSM mantém a decisão de saída da gestão do Geoparque Quarta Colônia

Em reunião no gabinete do reitor, na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no início da tarde desta terça-feira (14), ficou decidido que, a partir de agora, a universidade seguirá apenas com os trabalhos de pesquisa e extensão no Quarta Colônia Geoparque Mundial Unesco.

Com a presença do reitor da UFSM, Luciano Schuch, e dos prefeitos do municípios que integram o Consórcio de Desenvolvimento Sustentável da Quarta Colônia (Condesus-QC), a instituição de ensino manteve a sua decisão de retirar-se da gestão do geoparque, já anunciada por nota (veja aqui a íntegra) na última sexta-feira (10).

​​+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp
​

Em entrevista ao Diário, após a reunião, o prefeito de São João do Polêsine e presidente do Condesus, Matione Sonego (MDB), afirmou que, apesar de considerar uma surpresa a nota emitida pela universidade, a decisão não foi uma novidade, já que existia um processo para que o Condesus ficasse com a gestão isoladamente:

— Não é ruptura, é apenas a saída da universidade da gestão do geoparque Quarta Colônia. Mas ela continua com todas as ações, seus projetos de extensão e suas parcerias no território da Quarta Colônia. Ou seja, a gestão fica a cargo apenas do Condesus, antes era compartilhado. A universidade continua a parceria nesse grande projeto de sucesso, que conquistamos juntos — destaca.

A nota da UFSM foi emitida em resposta ao ofício 091 do Condesus, de 30 de outubro, em que “...os prefeitos entenderam por unanimidade ser o momento do Condesus assumir a coordenação do Geoparque Quarta Colônia Unesco, e a Universidade Federal de Santa Maria com a vice-coordenação…”.

— O Geoparque Quarta Colônia era o único geoparque no mundo que tinha uma gestão de universidade. Não é papel da universidade fazer a gestão, o papel dela é a coordenação científica, apoio tecnológico, trabalho de pesquisa de extensão, desenvolvimento de projetos e capacitação. Esse é o papel da universidade e esse é o que a universidade vai continuar desempenhando — salienta o presidente do Condesus.

Antes do anúncio de saída, a coordenadora de Desenvolvimento Regional e Cidadania na Pró-Reitoria de Extensão da UFSM, Jaciele Sell, estava à frente da governança do geoparque, tendo como vice-coordenadora Michele Vestena, integrante e indicada pelo Condesus.

Prefeito de Faxinal do Soturno e ex-presidente do Condesus, Clovis Alberto Montagner (Progressistas), manifestou o desconforto sentido após o recebimento da nota que, segundo ele, passou para a população uma ideia de ruptura que jamais teria acontecido.

— O que foi proposto é que, nós, tendo uma gestão compartilhada, após três anos do geoparque ser coordenado por integrantes da universidade, havia chegado a hora do território da Quarta Colônia assumir a gestão, de forma ainda compartilhada, com a universidade ficando a cargo da vice-coordenação. Nós fizemos questão de comparecer aqui na Reitoria e falar para o reitor da mensagem que essa nota transmitiu, que não reflete exatamente o que está acontecendo — salienta Montagner.

Após a reunião, o reitor Luciano Schuch comentou que a UFSM passa a ter a mesma função já desempenhada no Geoparque Caçapava, sendo responsável apenas pela coordenação científica:

— Vamos seguir com o que é a nossa vocação, que é fazer ensino, pesquisa, extensão e inovação no território, fortalecendo as ações que ocorrem lá e seguindo para que tenhamos cada vez mais o desenvolvimento do turismo, preservação daquela região e da paleontologia, patrimônio que hoje é da Unesco e da humanidade — acrescenta.

*Colaborou Mateus Ferreira

​